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Água

A Amiga dos Homens

Nathália Cristina Keller Verri
1º Semestre, Biomedicina
UNIP Jundiaí

O parque era vasto; em seus verdes gramados havia flores, as quais embelezavam e perfumavam todo o ambiente. Era uma manhã ensolarada, o céu estava tão límpido que até parecia-se às tardes de inverno. De longe, avistei uma menina e uma mulher ao seu lado. Deduzo que seja sua mãe; desculpe-me a incerteza, mas vou chamá-la de “mãe da pequena jovem”. A mãe sentou abaixo da sombra de uma grande árvore, a menina por sua vez, foi se aproximando de mim a cada passo seu. Eis que seu pequeno corpo refletiu em mim, foi então que decidi falar.
- Olá, pequena jovem!
Ela, com os olhinhos arregalados e boquiaberta, deu quase que um salto para trás. A curiosidade era tamanha que a impediu de correr para os braços de sua mãe.
- Oi. Respondeu.
- Como vai você? Questionei.
- Acho que não muito bem, devo estar enlouquecendo...
- Por que, pequena jovem? Não é habitual ter um privilégio como este. Não querendo me gabar, é claro!
- Isso eu devo admitir: sou privilegiada. Mamãe sempre me diz que sou especial. Confessou a garota.
- Tenho certeza que sim.
A pequena jovem era realmente especial, algo a diferenciava das outras crianças. Ao mesmo tempo em que era inocente, era perspicaz; se expressava feito moça adulta. Teve a ousadia de dizer “A que devo a honra de sua presença?”.
Sem mais delongas respondi: - Estou partindo.
- Partindo?! Acho que o louco aqui é o senhor! Respondeu ríspida e indignada.
- Por que diz isso, pequena jovem? Indaguei à coitada.
Secamente me respondeu: - Simplesmente porque não pode ir.
- Sei que não posso, mas terei de fazê-lo caso sua geração não reverta nosso quadro deplorável.
A criança silenciou, cabisbaixa como quem se arrependeu de algo que não fez. Afinal, era “apenas” uma criança.
- Acho que sei do que trata. Comentou.
Decidi continuar: - Você foi amamentada por sua mãe quando menor, certo? Eu sou a água mãe de sua mãe. Modéstia à parte, vocês não existiriam sem mim. Contudo, dependo da existência de vocês para ter alguma utilidade e, para ter uma vida infinita neste planeta.
- Eu sei o que devo fazer a partir daqui. Ajudar-te-ei.
Eu sorri admirando a singeleza da garota.
 Gostaria de ter tido mais tempo para conversar com a menina, saber seu nome, falar dos seus amigos... Coisas corriqueiras da vida, sabe?
A mãe da pequena jovem a chamou e eu nunca mais a vi.
Esta história é obsoleta. Segundo os meus cálculos, mais de cem anos se passaram. Acredito que a lição-anciã fora concluída com êxito, pois olhe só: eu ainda estou aqui!

De sua eterna amiga,

Água.



Uma Gota de Esperança
Bruno Pozzani
1º semestre, Biomedicina
UNIP Jundiaí

Prazer, meu nome é Aquifero Guarani um reservatório natural cheio de água com milhares de anos. Sou usado por milhões de humanos para suprir suas necessidades mais básicas de existência e como eles também estou sofrendo com essa escassez de água.

Meu reservatório está cada vez mais baixo devido à grande seca e a utilização indevida de minha água. Muitas pessoas perfuram poços sem nenhum tipo de fiscalização e com isso a poluição e o desnível da água ficam mais aparentes a cada ano. Se nenhuma providência for tomada rapidamente, pode ser que daqui a algum tempo talvez eu fique inutilizavél.


Estou à procura de pessoas capacitadas a me ajudar, preciso conscientizar toda a população sobre minha importância e lembrar que o meu uso está sendo mais rápido do que a minha recuperação.


O Resgate da Represa

Maria Margarida S. Baptista
1º semestre, Ciências Biológicas
UNIP Jundiaí

         Estou eu aqui para contar pra vocês um pouco da minha aventura. Meu nome é Barão e amo me aventurar com meus amigos no rio Jureré, onde moramos. O lugar que eu mais gosto de passear é na represa aqui perto. Meu pai me conta muitos causos de lá.

         Quando meu avô era filhote, meu bisavô o trazia aqui para ele nadar e brincar. Meu avô fez a mesma coisa com meu pai, e meu pai seguindo a tradição, também me traz aqui desde que eu era pequeno e conta lindas aventuras de quando ele era jovem. É muito legal!

         Nas últimas férias, eu e minha família viajamos e conhecemos vários rios. Chegamos bem pertinho do mar. Conhecemos diversos tipos de vegetação e lugares que eu nunca tinha visto. Conhecemos também lugares muito sujos e que quase não tinham peixe. Os poucos animais que encontramos nestes lugares diziam que os culpados eram os homens, pois estavam poluindo todo ambiente aquático com químicas das empresas, dejetos das casas e com todo tipo de lixo que podíamos imaginar.

         Eu não entendia porque o Homem teria a capacidade de fazer uma coisa dessas, pois ele precisa da água tanto quanto nós. Meu pai achou melhor irmos embora, na verdade confesso que, com aquele final de viagem, “barra pesada” senti falta da minha casa.

         Chegando no meu rio Jureré não pensei duas vezes e pedi para meu pai me levar à represa. Quando estávamos indo para lá nos deparamos com uma coisa terrível! Nosso lugar especial estava todo imundo. No local, antes cheio de peixes como eu, e que tinha água cristalina, mal dava para respirar. Eram sacolas, lacres de plásticos, latas, papelão até móveis estragavam as margens e as água da nossa represa.

         Voltamos tristes para casa, porém eu não podia deixar que as coisas terminassem desse jeito, os peixes do Jureré falavam em se mudar, até meu pai entrou na onda. Foi ai que tive uma ideia: reunir meus amigos aventureiros para salvarmos o nosso lugar.


         E o que poderíamos fazer? Vocês ai, tem alguma dica de como podemos resgatar a nossa represa?


O desperdício de água

Maitê Juliana Lavinhati
1º semestre, Ciências Biológicas
UNIP Jundiaí

Lembro-me de uma manhã em que saí para trabalhar e encontrei na minha rua uma pessoa desperdiçando água, deixando-a escorrer pelo chão, ser desperdiçada, sem nenhuma consciência.

Ruas após rua, homens e mulheres usavam mangueiras para lavar calçadas e carros com jorros e jorros de água potável. Cheguei a diminuir a velocidade do meu carro para sinalizar aos esbanjadores que não deveriam estar fazendo aquilo. Mas eles olhavam, sem entender o que eu queria dizer e continuavam com as torneiras abertas.

Nos casos seguintes, desisti. Só olhava, desolada, toda aquela água preciosa escorrendo pela calçada.

Voltei para casa pensando em como mudar aquela situação, o que deveríamos fazer para acabar com desperdício, foi quando peguei meu filho no banheiro, escovando os dentes com a torneira aberta, o orientei naquela hora que devemos fechar a torneira ao escovar os dentes.

Sai na minha lavanderia e lá estava meu marido lavando seu tênis no tanque com água sendo jorrada pela torneira e caindo no ralo. Parei, observei e fechei a torneira. Ele revoltado perguntou por que eu tinha fechado a torneira se ele ainda estava lavando, disse a ele que devemos ter mais consciência sobre a água e que não precisamos deixar a torneira aberta enquanto estivermos lavando algo.

Foi quando tive uma ideia, começar a mudar a minha casa, minha família, meu local de trabalho e educar meu filho, que será o futuro do nosso planeta.

Chamei meu marido e meu filho na sala, e contei a eles o que tinha ocorrido naquela manhã. Conversando fomos vendo a importância que a água tem em nossas vidas, que precisamos dela para tudo, pois até uma folha de caderno, um objeto, ou até mesmo um alimento que consumimos precisa de água nos seus processos.

No outro dia de manhã, acordei, levantei-me e já comecei a ver minha casa diferente, meu marido e meu filho escovando os dentes com a torneira fechada, fui tomar um banho rápido e só abria a água quando realmente precisava.

Sai para trabalhar e estavam lá novamente, as mesmas pessoas jogando água fora, parei e conversei com cada um sobre o mesmo assunto que tive em minha casa, vi ali que as pessoas muitas vezes ficavam surpresas por não saberem a importância e conservação da água.

As pessoas pensavam que a água era infinita, na verdade ela passa por um ciclo que renova a água do planeta a todo o momento, mas com a poluição e desmatamento essa água está cada vez mais difícil de se renovar e, por isso, estamos com falta de água. Se cada um fizer a sua parte e preservar a água não teremos mais problemas, sei que a minha parte estou fazendo e ajudarei conscientizar as pessoas.

Cheguei ao meu trabalho mais feliz, e comecei fazer a diferença orientando meus colegas de trabalho.


Poluir

Sarah Craveiro Martins
Biomedicina, 1º semestre
UNIP Jundiaí

Sou o enxofre líquido, usado em indústrias químicas, fui extraído de uma mina e logo me venderam para uma fábrica enorme, onde fui usado para produzir coisas.

O que mais me deixou triste foi que depois de ser utilizado me jogaram fora, saí da indústria por um cano e caí num riacho, com muita água, e ali fiquei no meio daquela imensidão.

A água não estava feliz com a minha chegada, eu parecia o vilão da história e não sabia o porquê, ninguém queria ficar perto de mim, e assim, solitário, segui o fluxo do rio. Eu não aguentava mais ser ignorado e então gritei:

 - Ei! Qual o problema comigo?!

E aconteceu que a água me respondeu:

-Você está me poluindo, me fazendo mal, estou ficando doente por sua causa e você pode adoecer os humanos também!


Fiquei chocado, agora tudo fazia sentido, eu era mesmo o vilão da história, me extraíram, me usaram, para depois eu machucar a pobre água, que vida cruel, estou poluindo o meio ambiente, e agora só resta esperar o meu fim.



Rio Tietê

Thassiana Agnis Dias Leite
 Biomedicina, 1º semestre
UNIP Jundiaí


      Olá, sou o Tietê! Hoje vou falar um pouco sobre mim, meu nome significa caudal volumoso, nasci a 840 metros de altitude em Salesópolis, eu deságuo no rio Paraná, em Itapura.
       Sou muito grande, tenho 1.100 km de extensão, e em meu caminho banho 62 municípios e também faço parte de 6 bacias hidrográficas. Sou muito importante pois faço parte da história de nosso país, fui rota dos bandeirantes no século XVIII, eles me usavam para traçar a rota para o interior, depois disso fui utilizado para navegação e para os esportes náuticos.
     A partir dos anos 1950 tudo isso mudou! A população de são Paulo aumentou muito, fazendo com que eu fosse poluído com os esgotos domésticos e industriais. Já nos anos n1990 a população ficou comovida com a minha situação e resolveu me ajudar, fizeram um mutirão de limpeza pra tirar o esgoto que estava dentro de mim com parceria com a prefeitura de São Paulo. O prefeito quis fazer uma limpeza que me deixa com a água potável que se chamou Projeto Tietê Vivo. Este projeto ainda apresenta bons resultados, pois a maioria dos esgotos já estão sendo tratados, mas...
       Começaram a jogar entulhos, surgiram os animais mortos, os meus peixes morreram e diversas, que haviam sido quase extintas reapareceram: leptospirose, tifo entre outras.
       O que incomoda mesmo é a sujeira! Quando chove transbordo por causa dos detritos que há dentro de mim, e isso atrapalha a vida de todos por onde eu passo, além de destruição causo muita dor nas pessoas, pois elas perdem tudo que têm, mas vamos concordar, se elas mesmo não jogassem lixo na rua, quando passeiam com seus carros ou a pé, não haveriam as enchentes que as prejudicam.
         Eu acredito que um dia tudo isso vai mudar pois a cada dia fica mais difícil a situação da água, ela está ficando escassa e os humanos vão voltar a tentar me despoluir e usar a minha água, que novamente será limpa e saudável.


A base da vida

Bruna Caroline Ferreira Santana
Biomedicina, 1º semestre
UNIP Jundiaí




Há alguns anos atrás eu era a alegria dos seres pequeninos da Terra, considerados apenas células simples, com o tempo passei a ser necessária para a sobrevivência de todos os seres vivos, a quem fique feliz com uma simples gota minha, encho rios, mares, oceanos, sou à base da vida para todos humanos, animais, plantas, porém cada ano que passa estou me tornando mais e mais rara, e algumas pessoas e bichinhos já começaram a sofrer com isso, como está acontecendo na cidade de São Paulo, considerada terra da garoa, onde nunca pensariam que eu viesse a faltar, mas estou perdendo as minhas forças, estou sumindo pouco a pouco e pior perdendo amigos que eu não queria.
Em São Paulo, e ao redor do mundo, uma simples gota minha juntava-se com outras e passeávamos entre as nascentes dos rios, até chegarmos a rios maiores e nosso maior objetivo era alcançar o mar para começar todo o ciclo novamente. Nessas idas e vindas fiz amizade com Bob, um peixinho de água-doce, muito divertido e risonho, sempre fazíamos apostas de quem chegaria primeiro, mas ele nunca soube que por mais que ele acelerasse o nado quem carregava-o e levava-o, pela força da minha correnteza, era, claro, eu, mas deixava-o acreditar que sempre ganhava, era legal vê-lo entusiasmado e alegre.
O tempo foi passando e os rios foram encurtados para dar espaços a ruas, avenidas, e meu percurso ia sendo interrompido aos poucos, mas de forma contínua, de maneira que Bob, não entendia o porquê não conseguia ir mais de um lado para o outro, o porquê de eu estar mais parada, sem movimentos, e por fim o porquê de eu não ter mais forças, todas essas questões se explicavam com uma frase simples: “os humanos estreitaram os riachos, querido Bob, estamos perdendo nosso espaço”. Para dificultar ainda mais, a quantidade de entulhos, sujeiras, que jogavam sobre mim ia aumentando e com o tempo toda a vida em volta ia se perdendo, até mesmo a minha qualidade estava comprometida, como respostas a tudo isso muitas vezes cheguei a alagar ruas inteiras.
Além de tudo isso, Bob não tinha mais energia e estava ficando cada vez mais debilitado até que ele e seus amigos, não resistiram, na região em que eles estavam eu já não era mais pura, a vida ali foi comprometida, todo um nicho ecológico foi comprometido, me sentia culpada por não ter conseguido fazer nada, simplesmente os vi morrer e vi a poluição em mim se alastrar  para outros lugares, sentia que tinha matado meus amigos, companheiros, porque eles precisavam de mim e o que tinha em mim os matou, e com tudo isso, a situação piorou quando eu simplesmente sumi, não que eu tenha sumido de fato, mas vários fatores levaram a minha  escassez, as represas abaixaram o nível da minha reserva e as chuvas, pedaços de mim, que passavam por todo um processo para ao final voltar ao solo, já não eram e nem são mais constantes.


Hoje, as pessoas estão preocupadas com a minha falta, por causar incômodo à vida cotidiana, por causar problemas tanto politicamente quanto economicamente, mas a verdade é que boa parte de mim já foi destruída, pelos próprios erros deles, pelo desperdício, por destruírem as árvores, por jogar resíduos químicos que me machucam e machucam tudo que está em mim, desde solo à peixes, até mesmo eles próprios. Para reverter tudo isso, só ensinando desde cedo que eu sou importante e que todos dependem de mim e para isso todos devem preservar o pouco do que ainda tenho, do que ainda restou.

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