Ética: Dinheiro não se come
Alexandre Nascimento dos Santos[1]
Henrique Martins Rodrigues[2]
Moral e ética são palavras empregadas
como sinônimos: conjunto de princípios ou padrões de conduta. Ética pode
significar Filosofia da Moral, um pensamento reflexivo sobre os valores e as
normas que regem as condutas humanas. Em outro sentido, ética pode referir-se a
um conjunto de princípios e normas que um grupo estabelece para seu exercício
profissional. Ao lado da tarefa de
fundamentação existe a tarefa
da aplicação que consiste em averiguar como os princípios ajudam a
orientar os diferentes tipos de atividade.
Um exemplo relacionado aos princípios da Biologia é que existem éticas antropocêntricas
que defendem atitudes de conservação e preservação da natureza, pensando
nos interesses dos seres humanos (gerações futuras). Pelo contrário, as éticas biocêntricas consideram
moralmente relevantes os interesses de todos os seres vivos, não só dos
humanos. Há alguns séculos atrás, moral e ética eram transmitidas às novas
gerações pelas classes dominantes. Atualmente, quem quiser adquirir valores
morais e éticos neste mundo “moderno” terá de aprender por conta. O homem,
curiosamente, voltou a ser o centro de si mesmo, suas necessidades, sua
felicidade é o que importa acima de tudo e não está baseada em conquistas
sólidas, mas numa onda de consumismo mutante que exclui os menos favorecidos,
gerando violência, se esquecendo do resto do mundo, dos outros seres vivos, do
meio ambiente e, principalmente, que não se come ou bebe dinheiro.
INTRODUÇÃO
A palavra ética vem
do grego ethos, originalmente tinha o sentido de “morada”, “lugar em que
se vive” e posteriormente significou “caráter”, “modo de ser” que se vai adquirindo
durante a vida. O termo moral procede do latim mores que originariamente
significava “costume” e em seguida passou a significar “modo de ser”,
“caráter”.
Portanto,
as duas palavras têm um sentido quase idêntico.
A ética serve para
que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém
saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com
as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social.
A ética pode ser o
estudo das ações ou dos costumes, e pode ser a própria realização de um tipo de
comportamento. Suas questões são apresentadas a nós diariamente.
Ética é o conjunto de
princípios e valores morais que conduzem o comportamento humano dentro da
sociedade. As organizações seguem os padrões éticos sociais, aplicando-as em
suas regras internas para o bom andamento dos processos de trabalho, alcance de
metas e objetivos.
O profissional deve
seguir tanto os padrões éticos da sociedade quanto as normas e regimentos
internos das organizações. A ética no ambiente de trabalho proporciona ao
profissional um exercício diário e prazeroso de honestidade, comprometimento,
confiabilidade, entre tantos outros, que conduzem o seu comportamento e tomada
de decisões em suas atividades. Por fim, a recompensa é ser reconhecido, não só
pelo seu trabalho, mas também por sua conduta exemplar.
DINHEIRO
NÃO SE COME
O homem vive em
sociedade, convive com outros homens e, portanto, cabe-lhe pensar e responder à
seguinte pergunta: “Como devo agir perante os outros?”. Trata-se de uma
pergunta fácil de ser formulada, mas difícil de ser respondida. Ora, esta é a
questão central da Moral e da Ética.
Moral e ética, às
vezes, são palavras empregadas como sinônimos: conjunto de princípios ou
padrões de conduta. Ética pode também significar Filosofia da Moral, portanto,
um pensamento reflexivo sobre os valores e as normas que regem as condutas
humanas. Em outro sentido, ética pode referir-se a um conjunto de princípios e
normas que um grupo estabelece para seu exercício profissional (por exemplo, os
códigos de ética dos médicos, dos advogados, dos psicólogos, etc.).
Em outro sentido,
ainda, pode referir-se a uma distinção entre princípios que dão rumo ao pensar
sem, de antemão, prescrever formas precisas de conduta (ética) e regras
precisas e fechadas (moral).
A ética não tem como tarefa apenas o
esclarecimento e a fundamentação do fenômeno da moralidade, mas também a
aplicação de suas descobertas aos diferentes âmbitos da vida social. Ao lado da
tarefa de fundamentação existe
a tarefa da aplicação que
consiste em averiguar como os princípios ajudam a orientar os diferentes tipos
de atividade. Contudo não basta refletir sobre como se aplicam os princípios em
cada âmbito concreto, é preciso levar em conta a especificidade de cada
atividade com suas próprias exigências morais e seus próprios valores. (ADELA CORTINA; EMILIO MARTÍNEZ, 2005)
Trata-se de averiguar
quais são os bens internos que cada tipo de
atividade deve trazer para a sociedade e quais são os valores e hábitos
que é preciso incorporar para alcançá-los. Para chegar a isso, os
eticistas devem trabalhar interdisciplinarmente junto com os especialistas de
cada área. Mas é necessário também ampliar a visão ética para a moral cívica
que rege o tipo de sociedade em que vivemos.
Diz-se
que uma pessoa possui um valor e legitima as normas decorrentes quando, sem
controle externo, pauta sua conduta por elas. Por exemplo, alguém que não rouba
por medo de ser preso não legitima a norma “não roubar”: apenas a segue por
medo do castigo e, na certeza da impunidade, não a seguirá. Em compensação, diz-se
que uma pessoa legitima a regra em questão ao segui-la independentemente de ser
surpreendida, ou seja, se estiver intimamente convicta de que essa regra
representa um bem moral.
Há alguns séculos
atrás, moral e ética eram transmitidas às novas gerações pelas classes
dominantes, pela aristocracia, pelos nobres, intelectuais, escritores e até
artistas. Era uma época em que os nobres eram nobres, se preocupavam com suas
ações e principalmente com o impacto que estas causariam. Deviam e eram exemplos
a ser seguidos, infelizmente, nos dias de hoje isso mudou.
Atualmente, quem
quiser adquirir valores morais e éticos neste mundo “moderno” terá de aprender
por conta, terá de correr atrás sozinho, quando e se quiser, pois nos faltam
exemplos a serem seguidos, nos falta quem nos ensine a sermos éticos nas mais
diversas situações. Ética esta diretamente ligada ao papel do indivíduo e do coletivo
na sociedade. As pessoas estão deixando de lado seus deveres sociais
deteriorando esta relação que determina os rumos do ser humano. A indiferença
tem sido encarada como algo comum nas pessoas e em meio a isso cobra-se diretos
individuais em detrimento do direito coletivo, gerando crises nas distintas
camadas da sociedade.
Não é de hoje que o
corpo passou a ser visto como objeto, mas ultimamente o que se percebe é uma
eclosão de modificações para que ele se adapte ao que alguns chamam corpo
perfeito e outros, padrão de beleza. Perdeu-se a identidade corporal, a busca
de uma equivalência anatômica, fez as pessoas escravas dos “padrões” de beleza,
da moda e do consumo. A relação da ética com a estética corporal mostrou como a
mídia determina ações e variações e as consequências aos que fogem as regras. O
preconceito cria um complexo aos que não se encaixam nos “padrões”. A crise de
valores na pós-modernidade amplia todos os aspectos já citados, de maneira a
reconhecer a desvirtualização do que seria ética.
O homem, curiosamente,
voltou a ser o centro de si mesmo, suas necessidades, sua felicidade é o que
importa acima de tudo e não está baseada em conquistas sólidas, mas numa onda
de consumismo mutante que exclui os menos favorecidos, gerando violência.
Nos dias atuais, quem
tem o celular de última geração, o tênis mais caro, o relógio de marca, possui
mais status, se torna mais legal,
mais popular. E as pessoas, ao se depararem com tal cena, querem ser iguais,
querem ser popular, legal, possuir muitos “amigos”, se destacar, e isso gera um
vício, o consumismo, que gera lucro para as empresas, para os empresários, para
os “nobres” de hoje em dia. Infelizmente, a maioria dos humanos não quer se
destacar por sua personalidade, suas boas ações, sua ética e moral, mas sim por
seus bens materiais. Desgraçadamente, é o dinheiro que move o mundo e de uma
forma muito negativa.
“Quando a última
árvore estiver cortada, quando o último rio estiver poluído, quando o último
peixe for pescado, vocês vão entender que dinheiro não se come.” (GREENPEACE)
BIOÉTICA
Os avanços
científicos da engenharia genética provocam esperanças e receios. Pela primeira
vez a humanidade pode alterar o patrimônio genético das gerações futuras. Essa
possibilidade apresenta questões éticas que não se pode evitar: Até onde vão
os processos de mudança? Quais são os fins últimos das manipulações
genéticas? Quem está legitimado a tomar decisões nesses assuntos?
A resposta a essas questões deve situar-se no contexto da racionalidade ética
que se move no terreno do diálogo, da interdisciplinaridade e da busca
cooperativa de respostas para os desafios éticos.
Entre os especialistas
de ética ecológica existe, por um lado, consenso sobre a
necessidade
de adotar urgentemente um modelo de desenvolvimento sustentável e de
tomar todo tipo de medidas eficazes para fazer frente aos diferentes sinais da
crise ambiental, mas, por outro, as concepções éticas discordam quanto às
razões pelos quais é necessário levar a sério os problemas ecológicos. Existem éticas
antropocêntricas que defendem atitudes de conservação e preservação da
natureza, pensando nos interesses dos seres humanos (gerações futuras). Pelo
contrário, as éticas biocêntricas consideram moralmente relevantes os
interesses de todos os seres vivos, não só dos humanos. O problema ecológico
não é de caráter técnico, mas moral e cultural. Por outro lado, a questão
fundamental dos problemas ecológicos é a injustiça econômica que padece a
maioria da humanidade.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Cortina, A; Martínez, E.. Ética.
Tradução do espanhol por Silvana
Cobucci Leite. São Paulo: Ed. Loyola, 2005.
Portal
Administração Responsável das nações. Disponível em: <http://www.greenpeace.org/brasil/pt/>
. Acesso em 26 de outubro de 2015.
Portal Sua
Pesquisa. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/o_que_e/etica_conceito.htm>.
Acesso em 27 de outubro de 2015.
Portal ONG
GREENPEACE- Sede de São Paulo- Brasil. Disponível em: <http://www.greenpeace.org/brasil/pt/>.
Acesso em 28 de outubro de 2015.
Valls, A. L.
M. O Que É Ética. Coleção
Primeiros Passos Nº 177. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1994.
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