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quarta-feira, 11 de maio de 2016

Experimentos em Animais: Ético ou Não?

Nathália Soares
Ciências Biológicas, UNIP Jundiaí

Resumo
Há ética em submeter animais a procedimentos insuportavelmente dolorosos e cruéis como os que submetem alguns laboratórios? Esse tipo de teste em que animais são usados são algumas vezes desnecessários, pois já a outras formas de fazer experimentos para produtos químicos de limpeza, cosméticos entre outros, como o uso de tecido humano manuseado em laboratório o que leva a um resultado mais satisfatório, pois o teste em animais às vezes não funciona, pois uma substância pode se manifestar diferente em tecido animal que no humano, pois esses tecidos podem ter características diferentes, podem ter uma estrutura diferente do outro o que torna insatisfatório o experimento, motivo este que revela como esse tipo de processo pode ser desnecessário. Por exemplo os coelhos são imobilizados para que não tentem arrancar seus olhos durante o procedimento no qual é colocado a substância diretamente em seus olhos para visualizar a irritabilidade do produto, procedimento realizado sem quaisquer anestésicos, o que causa dor e sofrimento ao animal.

Ética é a ciência do pensar sobre as respostas certas da vida, é uma busca do aperfeiçoamento da nossa convivência. Moral é objeto que estuda a ética. Bioética é o conjunto de problemas levantados pelas responsabilidades moral dos médicos e biólogos em suas pesquisas e na aplicação destas.
Experimentações em animais é uma técnica usada há milhares de anos, mas nas últimas décadas esse tema está causando muita polêmica e discussão sobre o que é certo ou errado, e o que é ético ou não. Muito utilizado em pesquisas farmacêuticas, cosméticos e afins, são atos considerados como legitimamente éticos os experimentos em animais que sejam de beneficio direto para a vida e para a saúde humana e animal.
O uso de animais em testes laboratoriais causam sofrimento, ferimentos e transtornos psicológicos aos animais, pois eles possuem substratos neurológicos que geram a consciência e comportamentos intencionais, ou seja, eles sentem dor. Entretanto os testes com animais são submetidos a comitês de ética, e o fim do uso de animais em testes no Brasil tornaria a ciência brasileira dependente da tecnologia externa.
Antes de testar produtos em humanos, são testados em animais, mas nem sempre os resultados obtidos em animais são os mesmos obtidos posteriormente em humanos. Testes em animais é uma opção, pois com a tecnologia de hoje existem alternativas capazes de substituir o uso de animais em testes como a aplicação de modelos matemáticos e computacionais, técnicas in vitro com tecidos de seres humanos ou animais, porém em alguns casos não há como substituir o animal. Sempre que existir um método alternativo com eficácia comprovada, ele deve ser substituído.

Os experimentos com animais não são eticamente válidos se houver métodos alternativos fidedignos para o conhecimento que se procura. O princípio ético de reverência pela vida exige que se tenha um ganho maior de conhecimento com um custo menor no número de animais utilizados e com o menor sofrimento dos mesmos”. Ekaterina Akimovna B. Riveira, 2002, SciELO Books
 “De acordo com o Dr. Albert Sabin, pesquisas em animais prejudicaram o desenvolvimento da vacina contra o pólio. A primeira vacina contra pólio e contra raiva funcionou bem em animais, mas matou as pessoas que receberam a aplicação. Albert Sabin reconhece que o fato de haver realizado pesquisas em macacos Rhesus atrasou em mais de 10 anos a descoberta da vacina para a pólio.”

Entre tantos testes experimentais, o mais comum é o de irritação dos olhos que é utilizado para medir a ação nociva dos ingredientes químicos de um produto de limpeza e em cosméticos. Os produtos são aplicados diretamente nos olhos dos animais conscientes. Os coelhos são os animais mais utilizados nos testes Draize, pois são baratos e fáceis de manusear. Seus olhos grandes facilitam a observação dos resultados. Para prevenir a que arranquem seus próprios olhos, os animais são imobilizados em suportes, de onde somente as suas cabeças se projetam. É comum que seus olhos sejam mantidos abertos permanentemente através de clips de metal que seguram suas pálpebras. Durante o período do teste, os animais sofrem de dor extrema, uma vez, que não são anestesiados. Embora 72 horas geralmente sejam suficientes para a obtenção de resultado, a prova pode durar até 18 dias. Muitas vezes, usam-se os dois olhos de um mesmo coelho para diminuir custos. As reações observadas incluem processos inflamatórios das pálpebras e íris, úlceras, hemorragias ou mesmo cegueira. No final do teste os animais são mortos para averiguar os efeitos internos das substâncias experimentadas. No entanto, os olhos de coelho são um modelo pobre para olhos humanos.
Segundo a cientista Silvana Gorniak, pesquisadora da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, a decisão de usar bichos em suas pesquisas não é simples - nenhum pesquisador faz isso porque gosta. Ademais, esse tipo de estudo é muito caro, pois o custo das cobaias animais eleva em muito o preço dos experimentos. Por isso, há décadas, laboratórios de todo o mundo procuram por métodos alternativos. Nos últimos anos surgiram novas técnicas de cultura celular e modelos de computador, capazes de substituir os animais em algumas pesquisas, mas não todas. Não há como simular o funcionamento conjunto de sistemas complexos do corpo, como o circulatório, nervoso e imunológico. "Como replicar a depressão em uma cultura de células? Não existem métodos alternativos para testar anticancerígenos, vacinas contra AIDS, medicamentos anti-hipertensivos. Para saber se eles funcionam, precisamos testar em animais".


Referências:

Ciência Hoje. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/blogues/bussola/2013/10/sobre-animais-etica-e-ciencia> - acesso em 10/112015.
Honório Sampaio Menezes. Ética e pesquisas em animais. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/ppgeducacaociencias/simposio%20sobre%20etica.pdf> – acesso em 10/11/2015.
Ekaterina Akimovna B. Riveira. Ética na experimentação animal. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/sfwtj/pdf/andrade-9788575413869-05.pdf> acesso em 10/11/2015.
Andy Petroianu. Aspectos éticos na pesquisa em animais. Disponível em: <http://medicina.ufmg.br/cememor/arquivos/aspectosEticosAnimais.pdf> - acesso em 10/11/2015.
Guilherme Rosa e Juliana Santos. Uso de animais em experimentos não é opcional. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/uso-de-animais-em-experimentos-nao-e-opcional-diz-pesquisadora/> - acesso em: 10/11/2015.


sábado, 21 de novembro de 2015

Ética – Consumo de Animais

Aline Francalaci[1]
Luis Augusto Garcia
Vanessa Cristina Savietto


Este artigo tem por objetivo promover uma reflexão ética sobre o consumo dos animais na alimentação humana, demonstrando argumentos que provam que a dieta com base no consumo de carnes é insustentável e ainda faz mal a saúde humana. Com a ética e, atualmente, com a bioética, vem sendo discutido o uso dos animais em pesquisas, consumo, vestimenta, etc. Mesmo baseada em hábitos e costumes muito antigos e, mesmo sendo o homem um animal onívoro, é necessário repensar essas atitudes e visando a melhoria das condições animais e não apenas tratá-los como apenas objetos para uso do homem.

Palavras-Chave: Ética, animais, alimentação.


Ética, ou reflexão da moral, costumes e ações humanas, é um dos temas mais importantes da filosofia, sendo visto através dos séculos, desde Platão (428 – 348 a.C.) até os dias de hoje. Muitos temas são base da Ética, as profissões têm seus próprios códigos e ética e as atitudes do cotidiano também têm a sua reflexão como consciência, bem e mal, virtudes, hábitos, costumes, atitudes para com você e com os outros, “[...] precisamos agir eticamente no dia a dia, na empresa e na política, no hospital e na escola, nos negócios e na relação com o planeta que é nossa casa (oikós).” (VALLS, 2004, p.17).
Com os avanços tecnológicos surgiu a bioética, ponte entre as ciências e a ética, reflexão sobre o uso da ciência em questões como genética, medicina, interferência humana no uso do ambiente e do planeta, etc. Para abordar os problemas bioéticos há dois princípios morais principais: o principio do consentimento, no qual o indivíduo deve dar sua permissão para procedimentos, e o principio da beneficência, que tem por finalidade alcançar o bem e evitar prejuízos.
Uma das questões que vem se difundindo é o uso dos animais em pesquisas e para a alimentação. “Existe atualmente um tipo de fundamentação em defesa do vegetarianismo, filosófica e ética, que se centra no que é consumido e funciona numa lógica reversa: deve-se adotar o vegetarianismo porque é errado matar e comer animais.” (DIAS, 2015). Diversos grupos fazem campanhas e difundem a vida com uma alimentação vegetariana, sua popularidade entre os consumidores atuais tem fundamento em diversos argumentos: melhor dieta para a saúde humana, contribui para a preservação do meio ambiente, porque a produção de animais para consumo humano sobrecarrega os recursos naturais o que contribui para o esgotamento do meio ambiente. Existem muitos argumentos contra a dieta com o consumo de carnes, questões éticas que devem ser vistas através da reflexão, utilizando, principalmente o principio em bioética da beneficência. A piedade aos animais, independente de sua condição e da definição de seu destino pelo homem, deve ser revista e refletido à luz da ética, “além de reconhecer as responsabilidades para outras pessoas com respeito aos animais, devemos reconhecer também uma responsabilidade de considerar a dor e sofrimento dos animais” (ENGELHARDT, 2008, p.184).
Além disto, ainda é possível ver o consumo de carne do ponto de vista sustentável, como o efeito estufa ligado à indústria pecuária, a área que sofre desmatamento para a criação dos animais, etc.

“No mundo o consumo de carne está ligado à miséria, fome, desnutrição, pois a produção de grãos, cerca da metade é destinada ao consumo dos animais para o processo de engorda, dos quais [...] para produzir 1 quilo de carne bovina são necessários 7,2 quilos de grãos de soja, 2,7 para 1 quilo de carne de porco e 1,3 para frango ou ovo. Estima-se que 40 pessoas poderiam ser alimentadas com os cereais utilizados para gerar 225g de carne bovina [...]” (MOULIN, 2015)

A produção e o consumo de carne trazem efeitos colaterais significativos para o meio ambiente e para todos nós, efeitos que não são embutidos no valor final do produto que o tornaria caro e assim inacessível ao consumidor final. Mas que prejudica o solo, água, o clima do planeta, florestas e a perda da biodiversidade, preço que será pago apenas pelas futuras gerações; que poderia ser evitado ao mudarem seus hábitos alimentares. Visando todos os comparativos do consumo de água pelo uso para produção animal, acaba excedendo o próprio consumo humano.
Ao consumirmos não pensamos em como o mesmo foi plantado, cultivado, colhido e no caso das carnes se o mesmo foi bem tratado, alimentado, se sofreu ao longo de sua vida e principalmente na hora do abate.
Se soubesse ao certo como estes são tratados e manejados, muitos optariam pelo vegetarianismo e outros se acostumariam com a situação, pois os animais são mal tratados, colocados em situações de extrema dor e sofrimento. Galinhas, porcos, vacas, patos, carneiros, bois e bezerros, dentre outros tantos animais submetidos à criação intensiva, nascem em série, vivem oprimidos e morrem prematuramente. Cumprindo sua miserável existência confinados em espaços, submetidos à ação de hormônios e a procedimentos induzidos para acelerar a produção de carne, queijo ou ovos, não raras vezes esses animais encontram apenas na morte a sua libertação.
A ideia de proteger os animais vem com a sua familiaridade com eles, como animais domésticos ou animais símbolos de extinção, animais invertebrados não são lembrados em listas de animais que os indivíduos desejam proteger.

“[...] os animais são protegidos pela moralidade da beneficência. Como a variedade da capacidade dos animais de sofrer e alcançar o prazer e a realização vai desde aquela dos primatas mais desenvolvidos até a dos animais unicelulares, a força dos direitos de beneficência varia dramaticamente. Quanto mais os animais podem sentir, sofrer ou ter afeição por outros maior será o peso das preocupações de beneficência para com eles.” (ENGELHARDT, 2008, p.185).

Apesar de manter estreitos vínculos com moralidade e os costumes, o direito não tem a função de impor determinado comportamento ou regular a conduta dos indivíduos. Esse papel é da moral. Ainda que o artigo 32 da Lei Ambiental tipifique como crime submeter animais a atos de abuso ou maus tratos, esse dispositivo penal não se mostra por si só, hábil a impedir a crueldade. A proibição está implícita na moral de cada cidadão. “Interesses econômicos, por sua vez, prevalecem sobre a dignidade e o respeito á vida e, o que é mais grave.” (LEVAI, 2015).


Referencias

DIAS, Paula Barata. Em defesa do vegetarianismo: o lugar de Porfírio de Tiro na fundamentação ética da abstinência da carne dos animais. Artigo apresentado na Universidade de Coimbra, 2015.

ENGELHARDT, H. Tristram. Fundamentos da bioética. São Paulo: Loyola, 2008.

LEVAI, Laerte Fernando. Os animais sob a visão da ética. Disponível em: <http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/9/docs/os__animais__sob__a__visao__da__etica.pdf>. Acesso em 29 de Outubro de 2015.

MARCONDES, Danilo. Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.

MOULIN, Carolina Correa Lougon. Consumo de Animais; o despertar da consciência. Artigo apresentado na Faculdade Milton Campos, 2015.

OLIVEIRA, Wesley Felipe. Ética, alimentação e meio ambiente. Periodico eletrônico: Forum ambiental da alta paulista, volume V, ano 2009.

VALLS, Alvaro L.M. Da ética à bioética. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.






[1] Alunos do curso de graduação de Ciências Biológicas da Universidade Paulista – UNIP, Campus Jundiaí, 2º Semestre.
Ética: Dinheiro não se come


Alexandre Nascimento dos Santos[1]
Henrique Martins Rodrigues[2]




Moral e ética são palavras empregadas como sinônimos: conjunto de princípios ou padrões de conduta. Ética pode significar Filosofia da Moral, um pensamento reflexivo sobre os valores e as normas que regem as condutas humanas. Em outro sentido, ética pode referir-se a um conjunto de princípios e normas que um grupo estabelece para seu exercício profissional. Ao lado da tarefa de fundamentação existe a tarefa da aplicação que consiste em averiguar como os princípios ajudam a orientar os diferentes tipos de atividade.  Um exemplo relacionado aos princípios da Biologia é que existem éticas antropocêntricas que defendem atitudes de conservação e preservação da natureza, pensando nos interesses dos seres humanos (gerações futuras). Pelo contrário, as éticas biocêntricas consideram moralmente relevantes os interesses de todos os seres vivos, não só dos humanos. Há alguns séculos atrás, moral e ética eram transmitidas às novas gerações pelas classes dominantes. Atualmente, quem quiser adquirir valores morais e éticos neste mundo “moderno” terá de aprender por conta. O homem, curiosamente, voltou a ser o centro de si mesmo, suas necessidades, sua felicidade é o que importa acima de tudo e não está baseada em conquistas sólidas, mas numa onda de consumismo mutante que exclui os menos favorecidos, gerando violência, se esquecendo do resto do mundo, dos outros seres vivos, do meio ambiente e, principalmente, que não se come ou bebe dinheiro.


INTRODUÇÃO

A palavra ética vem do grego ethos, originalmente tinha o sentido de “morada”, “lugar em que se vive” e posteriormente significou “caráter”, “modo de ser” que se vai adquirindo durante a vida. O termo moral procede do latim mores que originariamente significava “costume” e em seguida passou a significar “modo de ser”, “caráter”.
Portanto, as duas palavras têm um sentido quase idêntico.
A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social.
A ética pode ser o estudo das ações ou dos costumes, e pode ser a própria realização de um tipo de comportamento. Suas questões são apresentadas a nós diariamente.
Ética é o conjunto de princípios e valores morais que conduzem o comportamento humano dentro da sociedade. As organizações seguem os padrões éticos sociais, aplicando-as em suas regras internas para o bom andamento dos processos de trabalho, alcance de metas e objetivos.
O profissional deve seguir tanto os padrões éticos da sociedade quanto as normas e regimentos internos das organizações. A ética no ambiente de trabalho proporciona ao profissional um exercício diário e prazeroso de honestidade, comprometimento, confiabilidade, entre tantos outros, que conduzem o seu comportamento e tomada de decisões em suas atividades. Por fim, a recompensa é ser reconhecido, não só pelo seu trabalho, mas também por sua conduta exemplar.


DINHEIRO NÃO SE COME

O homem vive em sociedade, convive com outros homens e, portanto, cabe-lhe pensar e responder à seguinte pergunta: “Como devo agir perante os outros?”. Trata-se de uma pergunta fácil de ser formulada, mas difícil de ser respondida. Ora, esta é a questão central da Moral e da Ética.
Moral e ética, às vezes, são palavras empregadas como sinônimos: conjunto de princípios ou padrões de conduta. Ética pode também significar Filosofia da Moral, portanto, um pensamento reflexivo sobre os valores e as normas que regem as condutas humanas. Em outro sentido, ética pode referir-se a um conjunto de princípios e normas que um grupo estabelece para seu exercício profissional (por exemplo, os códigos de ética dos médicos, dos advogados, dos psicólogos, etc.).
Em outro sentido, ainda, pode referir-se a uma distinção entre princípios que dão rumo ao pensar sem, de antemão, prescrever formas precisas de conduta (ética) e regras precisas e fechadas (moral).

            A ética não tem como tarefa apenas o esclarecimento e a fundamentação do fenômeno da moralidade, mas também a aplicação de suas descobertas aos diferentes âmbitos da vida social. Ao lado da tarefa de fundamentação existe a tarefa da aplicação que consiste em averiguar como os princípios ajudam a orientar os diferentes tipos de atividade. Contudo não basta refletir sobre como se aplicam os princípios em cada âmbito concreto, é preciso levar em conta a especificidade de cada atividade com suas próprias exigências morais e seus próprios valores. (ADELA CORTINA; EMILIO MARTÍNEZ, 2005)

Trata-se de averiguar quais são os bens internos que cada tipo de atividade deve trazer para a sociedade e quais são os valores e hábitos que é preciso incorporar para alcançá-los. Para chegar a isso, os eticistas devem trabalhar interdisciplinarmente junto com os especialistas de cada área. Mas é necessário também ampliar a visão ética para a moral cívica que rege o tipo de sociedade em que vivemos.
            Diz-se que uma pessoa possui um valor e legitima as normas decorrentes quando, sem controle externo, pauta sua conduta por elas. Por exemplo, alguém que não rouba por medo de ser preso não legitima a norma “não roubar”: apenas a segue por medo do castigo e, na certeza da impunidade, não a seguirá. Em compensação, diz-se que uma pessoa legitima a regra em questão ao segui-la independentemente de ser surpreendida, ou seja, se estiver intimamente convicta de que essa regra representa um bem moral.

Há alguns séculos atrás, moral e ética eram transmitidas às novas gerações pelas classes dominantes, pela aristocracia, pelos nobres, intelectuais, escritores e até artistas. Era uma época em que os nobres eram nobres, se preocupavam com suas ações e principalmente com o impacto que estas causariam. Deviam e eram exemplos a ser seguidos, infelizmente, nos dias de hoje isso mudou.
Atualmente, quem quiser adquirir valores morais e éticos neste mundo “moderno” terá de aprender por conta, terá de correr atrás sozinho, quando e se quiser, pois nos faltam exemplos a serem seguidos, nos falta quem nos ensine a sermos éticos nas mais diversas situações. Ética esta diretamente ligada ao papel do indivíduo e do coletivo na sociedade. As pessoas estão deixando de lado seus deveres sociais deteriorando esta relação que determina os rumos do ser humano. A indiferença tem sido encarada como algo comum nas pessoas e em meio a isso cobra-se diretos individuais em detrimento do direito coletivo, gerando crises nas distintas camadas da sociedade.
Não é de hoje que o corpo passou a ser visto como objeto, mas ultimamente o que se percebe é uma eclosão de modificações para que ele se adapte ao que alguns chamam corpo perfeito e outros, padrão de beleza. Perdeu-se a identidade corporal, a busca de uma equivalência anatômica, fez as pessoas escravas dos “padrões” de beleza, da moda e do consumo. A relação da ética com a estética corporal mostrou como a mídia determina ações e variações e as consequências aos que fogem as regras. O preconceito cria um complexo aos que não se encaixam nos “padrões”. A crise de valores na pós-modernidade amplia todos os aspectos já citados, de maneira a reconhecer a desvirtualização do que seria ética.
O homem, curiosamente, voltou a ser o centro de si mesmo, suas necessidades, sua felicidade é o que importa acima de tudo e não está baseada em conquistas sólidas, mas numa onda de consumismo mutante que exclui os menos favorecidos, gerando violência.
Nos dias atuais, quem tem o celular de última geração, o tênis mais caro, o relógio de marca, possui mais status, se torna mais legal, mais popular. E as pessoas, ao se depararem com tal cena, querem ser iguais, querem ser popular, legal, possuir muitos “amigos”, se destacar, e isso gera um vício, o consumismo, que gera lucro para as empresas, para os empresários, para os “nobres” de hoje em dia. Infelizmente, a maioria dos humanos não quer se destacar por sua personalidade, suas boas ações, sua ética e moral, mas sim por seus bens materiais. Desgraçadamente, é o dinheiro que move o mundo e de uma forma muito negativa.

            “Quando a última árvore estiver cortada, quando o último rio estiver poluído, quando o último peixe for pescado, vocês vão entender que dinheiro não se come.” (GREENPEACE)


BIOÉTICA

Os avanços científicos da engenharia genética provocam esperanças e receios. Pela primeira vez a humanidade pode alterar o patrimônio genético das gerações futuras. Essa possibilidade apresenta questões éticas que não se pode evitar: Até onde vão os processos de mudança? Quais são os fins últimos das manipulações genéticas? Quem está legitimado a tomar decisões nesses assuntos? A resposta a essas questões deve situar-se no contexto da racionalidade ética que se move no terreno do diálogo, da interdisciplinaridade e da busca cooperativa de respostas para os desafios éticos.
Entre os especialistas de ética ecológica existe, por um lado, consenso sobre a
necessidade de adotar urgentemente um modelo de desenvolvimento sustentável e de tomar todo tipo de medidas eficazes para fazer frente aos diferentes sinais da crise ambiental, mas, por outro, as concepções éticas discordam quanto às razões pelos quais é necessário levar a sério os problemas ecológicos. Existem éticas antropocêntricas que defendem atitudes de conservação e preservação da natureza, pensando nos interesses dos seres humanos (gerações futuras). Pelo contrário, as éticas biocêntricas consideram moralmente relevantes os interesses de todos os seres vivos, não só dos humanos. O problema ecológico não é de caráter técnico, mas moral e cultural. Por outro lado, a questão fundamental dos problemas ecológicos é a injustiça econômica que padece a maioria da humanidade.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


Cortina, A; Martínez, E.. Ética. Tradução do espanhol por Silvana Cobucci Leite. São Paulo: Ed. Loyola, 2005.
Portal Administração Responsável das nações. Disponível em: <http://www.greenpeace.org/brasil/pt/> . Acesso em 26 de outubro de 2015.
Portal Sua Pesquisa. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/o_que_e/etica_conceito.htm>. Acesso em 27 de outubro de 2015.
Portal ONG GREENPEACE- Sede de São Paulo- Brasil. Disponível em: <http://www.greenpeace.org/brasil/pt/>. Acesso em 28 de outubro de 2015.
Valls, A. L. M. O Que É Ética. Coleção Primeiros Passos Nº 177. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1994.






[1] Aluno de ciências biológicas, UNIP, Campus Jundiaí.
[2] Aluno de ciências biológicas, UNIP, Campus Jundiaí.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Monólogo da Agulha
Aline Gabriele Pereira
Ciências Biológicas
UNIP Jundiaí


- Nossa aconteceu de novo!

- Estou aqui, mas poderia estar em um lugar melhor. Que tristeza! Estou preocupada e desesperada, estou onde não queria e não poderia estar! Não sei se vou sobreviver desta vez... pois é, mais uma pessoa diferente, e também não sei qual será o destino dela, não tão diferente do meu é claro! Talvez o dela será pior!

A Agulha estava preocupada com o fato de todos os dias, sacos e mais sacos de lixo hospitalar, lixo infectado, que deveria ser descartado em lugares apropriados, mas não o é.

- A realidade é que este "ser racional", chamado Humano, jogam-nos em qualquer lugar, não se importando com os nossos destinos ou mesmo com os deles.

- Ai!!! Espetei alguém!!!  E como já vi vários amigos morrerem por contaminação dos humanos...  Estou sempre preocupada de que eles possam trazer mais doenças que nos matam!

Agorinha, a pouco, escutei dois deles conversando, estavam preocupados com alguma coisa, mas na realidade eu já sabia sobre o que eles estavam falando, eles precisavam ir para o mesmo hospital que descartou-me aqui. Um deles espetou-se em alguma coisa que poderia estar contaminada.

- E ele tem razão, eu estou contaminada por uma doença que me tira o sono todas as noites e que me faz pensar se amanhã estarei viva para aproveitar desta vida que bonita e alegre, mas não sei se é contagiosa ou não se é fatal ou não!!!! E ele, estará contaminado?

- Eles nos passam as doenças, diariamente os espetamos, na esperança de curá-los, mas eles  nos transmitem vírus e bactérias... E ainda somos descartados neste lugar horrível chamado de aterro sanitário.

- A vida aqui não é fácil, nós que ajudamos tanto, a tantas pessoas, adultas e crianças, levando-lhes a saúde através de remédios, vacinas, terapias químicas e hormonais diversas... ajudamos a erradicar algumas doenças, levamos antídotos aos que são envenenados... Somos deixadas de lado, sem qualquer tratamento e acabamos criando o mal...  sem querer.


- Seria tão simples se quem nos utiliza fizesse a fineza de nos esterilizar, descontaminar e depois nos descartar, em lugares próprios, dignos do bem que fazemos... mas nessa relação animados x inanimados, parece que, nós os inanimados somos os mais pensantes... Fico aqui sonhando, esperando o dia que isso mudará...

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Reciclagem – Bitucas de cigarro

Fernando Marcel Paes
Ciências Biológicas
UNIP Jundiaí


Para mim foi uma honra e uma satisfação muito grande ter presenciado o início deste trabalho que trata da reciclagem de bitucas de cigarro, com a finalidade de reaproveitá-las em projetos de hidrossemeadura. No processo de reciclagem, o restante do tabaco, o filtro e o papel são separados por um processo mecânico e todo o resíduo é colocado em um biodigestor. Depois de 90 horas, bactérias específicas quebram as toxinas e as retiram dos resíduos, que passam por uma separação. Os filtros irão compor uma manta de sustentação que ajudará em processos de hidrossemeadura (processo que reveste encostas sem vegetação) em locais degradados, enquanto o papel e restos de tabaco serão usados como fertilizantes, que posteriormente podem ser aplicados na mesma área que a manta está sendo usada. Atualmente, projetos para coleta e reciclagem de bitucas de cigarro estão crescendo, e, somente no primeiro semestre de 2012, já foram coletadas mais de 400.000 bitucas de cigarro em cerca de 65.000 microlixeiras espalhadas pelas cidades de Votorantim, Barueri e Sorocaba a serviço da empresa Poiato Recicla com sede na cidade de Votorantim/SP.

Desta forma, programas de coleta de bitucas de cigarro estão se espalhando pelo país. A Poiato Recicla, primeira estação de coleta e triagem de bitucas de cigarros do Brasil, instalou sua primeira coletora no dia 28 de dezembro de 2010 na cidade de Votorantim /SP, com o apoio da prefeitura. E apesar do pouco tempo em funcionamento, a empresa coleta bons frutos de sua prestação de serviços.

A ideia pioneira teve como resultado no primeiro semestre um volume coletado de aproximadamente 680.000 bitucas de cigarros – o que corresponde a 34.000 maços de cigarros. Já no primeiro semestre de 2012, o número é crescente e atingimos a marca de 425.000 bitucas de cigarro (21.250 maços de cigarro). Ultrapassando assim a marca de 1.080.000 bitucas coletadas (54.000 maços de cigarro).

Para dar visibilidade à marca, Marcos Poiato, idealizador da empresa participou de mais de 60 eventos entre elas a ECOFAIR em Sorocaba e Rio + 20 na cidade do Rio de Janeiro, colocando assim a Poiato Recicla como referencia em Gestão dos resíduos de cigarro no país. Até o momento foram distribuídas aproximadamente 65.000 micro lixeiras para descarte de bitucas de cigarro.

O diretor explica que as bitucas passam por uma triagem e têm um certificado atestado por um profissional especializado. Após essa etapa, o material segue para uma empresa em outra cidade que descarta de forma ambientalmente correta esse insumo. Então, ele é misturado - nas devidas proporções em adubos que serão utilizados exclusivamente em paisagismo ou em recuperações de áreas degradas.

Estes projetos de coleta e reciclagem de bitucas são realizados em cidades menores, porém, tem potencial para serem implementados em grandes metrópoles.

É um modelo de negócio sustentável cujo objetivo é gerar uma solução simples para um problema comum em muitas cidades do mundo.

Atualmente só em São Paulo cerca de 15 mil toneladas de lixo são produzidos diariamente, das quais aproximadamente 13 toneladas são bitucas de cigarro (Datafolha, 2012). As pessoas podem reutilizar quase tudo que está ao seu redor, basta ter um pouco de curiosidade e criatividade.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

GERAÇÕES  3R ... 3D

Andressa Ap. Gouveia Costa
Denilton de Oliveira Miguel
Fernanda S. C. Campos
Jefferson Pereira de Melo
Monique Menegasso Monteiro



         - Trim...  Trim... Trimmmm!! 

Era o barulho do despertador, que mais uma vez me acordava para viver uma nova página e um novo dia na minha vida.

Minha mãe já gritava:
         
          - Henriqueeee! Levanta dessa cama, já menino!!!

Com muito sono, respondi:

- Já estou indo mãe, bom dia pra senhora também! 

Era uma manhã ensolarada e linda, iluminada pelos raios do sol, perfeita para jogar futebol na quadra com os amigos, mas como todos os dias, a minha missão era ir à escola.

Saí da cama lentamente, sem ânimo e disposição; tomei um banho demorado, um café da manhã reforçado, escovei meus dentes e finalmente e estava pronto. Como de costume, meus colegas Débora e Davi iam comigo à escola, porém por devidos descuidos da saúde, Davi estava doente e Débora só iria mais tarde com seu pai...

Droga!! Sem alguém para conversar, a caminhada será entediante, mas logo me lembrei de um amigo inseparável... meu celular! Em um mundo tão globalizado e tecnológico, passamos a maior parte do tempo com nosso aparelho celular do que se relacionando, convivendo com a sociedade e nem se quer percebemos essa alteração social. E sem me tocar, ali estava eu vidrado no meu ''superamigo'' quando de repente...

- BBBBIIIIIIIIIBIIIIIIIIII !!!!!!

Assustei, parei e olhei, foi quando vi, um motorista que havia atirado uma sacola com resto de lixo pela janela de seu carro, a sacola se abriu, e o lixo acertou um motociclista, que vinha logo atrás. Por pouco não o acertou em cheio, mas o susto foi grande. Poderia ter acontecido algo mais grave, além do motorista quase causar um acidente, estava também poluindo o ambiente.

Vendo essa cena, lembrei-me das muitas vezes que joguei lixo nas ruas, quantas mil vezes joguei o lixo pela janela do carro e nunca havia parado para pensar que uma pequena ação como essa poderia causar um grande estrago.

 A bagunça toda no trânsito havia passado, continuei caminhando, mas não conseguia mais usar o celular: curtidas, compartilhadas e conversas...

Comecei a refletir e observar a riqueza que a natureza me proporcionava, o que havia naquele espaço urbano, pelo qual eu sempre passava, inúmeras vezes pelo mesmo caminho sem nada perceber.

Avistei um pouco à minha frente, garotos da minha idade, que divertiam-se enquanto comiam seus lanches, e em seguida jogavam embalagens e restos de lanches no chão, papéis de balas e garrafas pet...

Uma lixeira próxima a eles parecia que gritava:

- Eeeiii jovens, estou aqui, podem jogar em mim!

E mesmo assim os meninos não se importavam com a sujeira, afinal não olhavam com um olhar de observador, de alguém que se importava como “eu”. A partir daquele momento percebi que eu estava estranho, em tudo eu me preocupava com o meio ambiente, o que estava acontecendo comigo?

Acelerei o passo, cansei das sujeiras, fingi que não era comigo mas infelizmente na calçada avistei dois computadores quebrados e, por sinal, no indevido lugar, questionei-me então:

- Qual o destino pra todo este lixo?

Olhei pro meu celular que muito em breve gostaria de trocá-lo por um mais moderno e então percebi:

- Pra quê??? Ele ainda é muito útil para mim, não havia necessidade nenhuma... era mais lixo...
Estava com pensamentos e preocupações que nunca vieram na minha cabeça. Há ações que geram reações, muitas vezes prejudicando o ambiente e a nós mesmos.
Ainda era muito cedo, mas o dia já começava, pessoas e carros em circulação o tempo todo nas ruas, imaginei quantos milhões de pessoas poderiam evitar de prejudicar o meio, produzir menos lixo e quando produzi-lo dar-lhe o destino correto.

O tempo fechava-se. Vinha chuva e daquelas pesadas, com direito a ventanias! E lá se espalhava todo o lixo pela rua, caíam sobre o bueiro que parecia dizer:

- Aqui não, sai daqui lixo, estou cheio de você!

Antes que alagasse tudo, atravessei a rua apressado e a chuva começou bem forte, estava em frente ao hospital, onde abriguei, pois como estava adiantado, podia esperar a chuva passar. Ali, veio-me um pensamento: - Para onde iria o lixo hospitalar?

Casos e mais casos nos noticiários nas televisões... A realidade, que mostrava todos os tipos de lixos sendo descartados num ambiente só, sem cuidado algum.

A chuva não diminuía e ali eu refletia o quanto o ambiente era importante.  Nas mudanças, que poderiam acontecer. Eu estava entre a minoria das pessoas que tinham esse pensamento, pois a outra grande parte da sociedade não se importava.

- Está com frio meu jovem?  

Uma simpática senhora puxava assunto.

- Um pouco...

 Respondi pensativo.

- Sabe... Antigamente não imaginávamos que o futuro seria tão tecnológico e moderno. Nossas televisões, por exemplo, eram volumosas e grandes, não havia controle, as opções de canais eram poucas, pois nenhuma funcionava por falta de sinal e as imagens eram pretas e brancas.

Contava a idosa.

- É mesmo, hoje tudo mudou: é HD, 2D, 3D, cada vez melhor...

- Eu disse.

- 3 o quê?

Questionou ela.

- 3D, três dimensões, significa que se colocarmos um óculos com determinadas lentes, as imagens se tornarão reais, como se estivéssemos dentro de uma cena de um filme, por exemplo. Expliquei.

- Ahhh, entendi! - Nesse momento a senhora se levantava do banco com uma certa dificuldade para andar e dirigia-se à lixeira que estava longe de onde estávamos para jogar um pequeno saquinho de biscoito.

Perguntei-lhe:

- A senhora saiu na chuva só pra jogar o seu lixo?

Respondeu ela calmamente:

- Sim meu jovenzinho, na minha época aprendemos o 3R

- 3 o quê??Eu não havia entendido.

- É muito simples e muito mais importante que o 3D. O 3R era da nossa geração, Há muito tempo atrás, ainda muito pequena, aprendi ter respeito ao meio ambiente, com o espaço que vivo e, que independente da atitude dos demais devo fazer. Aprendi nunca mais esqueci o 3R que significa: Reciclar, Reutilizar e Restaurar. Se em tudo que fizermos tivermos o capricho de aproveitar ao máximo, de pensar no destino dos lixos, num mundo melhor, aí sim teremos um planeta para chamar de nossa “terra”.

- Que legal! Posso dizer que foi a melhor lição que recebi! Se eu não mudar nas pequenas atitudes, como vou mudar o restante?

- Garoto, não se esqueça: o futuro é construído com as ações do presente! Até logo!
        

Aquela chuva forte havia passado, saí da cobertura com o pensamento mais leve. Pronto para mudar o meio em que eu vivia, não importava mais o que os outros me dissessem. Estava na hora de mudar as minhas atitudes, pois nunca poderei cobrar do meu próximo se estiver errado.