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sexta-feira, 13 de junho de 2014

GERAÇÕES  3R ... 3D

Andressa Ap. Gouveia Costa
Denilton de Oliveira Miguel
Fernanda S. C. Campos
Jefferson Pereira de Melo
Monique Menegasso Monteiro



         - Trim...  Trim... Trimmmm!! 

Era o barulho do despertador, que mais uma vez me acordava para viver uma nova página e um novo dia na minha vida.

Minha mãe já gritava:
         
          - Henriqueeee! Levanta dessa cama, já menino!!!

Com muito sono, respondi:

- Já estou indo mãe, bom dia pra senhora também! 

Era uma manhã ensolarada e linda, iluminada pelos raios do sol, perfeita para jogar futebol na quadra com os amigos, mas como todos os dias, a minha missão era ir à escola.

Saí da cama lentamente, sem ânimo e disposição; tomei um banho demorado, um café da manhã reforçado, escovei meus dentes e finalmente e estava pronto. Como de costume, meus colegas Débora e Davi iam comigo à escola, porém por devidos descuidos da saúde, Davi estava doente e Débora só iria mais tarde com seu pai...

Droga!! Sem alguém para conversar, a caminhada será entediante, mas logo me lembrei de um amigo inseparável... meu celular! Em um mundo tão globalizado e tecnológico, passamos a maior parte do tempo com nosso aparelho celular do que se relacionando, convivendo com a sociedade e nem se quer percebemos essa alteração social. E sem me tocar, ali estava eu vidrado no meu ''superamigo'' quando de repente...

- BBBBIIIIIIIIIBIIIIIIIIII !!!!!!

Assustei, parei e olhei, foi quando vi, um motorista que havia atirado uma sacola com resto de lixo pela janela de seu carro, a sacola se abriu, e o lixo acertou um motociclista, que vinha logo atrás. Por pouco não o acertou em cheio, mas o susto foi grande. Poderia ter acontecido algo mais grave, além do motorista quase causar um acidente, estava também poluindo o ambiente.

Vendo essa cena, lembrei-me das muitas vezes que joguei lixo nas ruas, quantas mil vezes joguei o lixo pela janela do carro e nunca havia parado para pensar que uma pequena ação como essa poderia causar um grande estrago.

 A bagunça toda no trânsito havia passado, continuei caminhando, mas não conseguia mais usar o celular: curtidas, compartilhadas e conversas...

Comecei a refletir e observar a riqueza que a natureza me proporcionava, o que havia naquele espaço urbano, pelo qual eu sempre passava, inúmeras vezes pelo mesmo caminho sem nada perceber.

Avistei um pouco à minha frente, garotos da minha idade, que divertiam-se enquanto comiam seus lanches, e em seguida jogavam embalagens e restos de lanches no chão, papéis de balas e garrafas pet...

Uma lixeira próxima a eles parecia que gritava:

- Eeeiii jovens, estou aqui, podem jogar em mim!

E mesmo assim os meninos não se importavam com a sujeira, afinal não olhavam com um olhar de observador, de alguém que se importava como “eu”. A partir daquele momento percebi que eu estava estranho, em tudo eu me preocupava com o meio ambiente, o que estava acontecendo comigo?

Acelerei o passo, cansei das sujeiras, fingi que não era comigo mas infelizmente na calçada avistei dois computadores quebrados e, por sinal, no indevido lugar, questionei-me então:

- Qual o destino pra todo este lixo?

Olhei pro meu celular que muito em breve gostaria de trocá-lo por um mais moderno e então percebi:

- Pra quê??? Ele ainda é muito útil para mim, não havia necessidade nenhuma... era mais lixo...
Estava com pensamentos e preocupações que nunca vieram na minha cabeça. Há ações que geram reações, muitas vezes prejudicando o ambiente e a nós mesmos.
Ainda era muito cedo, mas o dia já começava, pessoas e carros em circulação o tempo todo nas ruas, imaginei quantos milhões de pessoas poderiam evitar de prejudicar o meio, produzir menos lixo e quando produzi-lo dar-lhe o destino correto.

O tempo fechava-se. Vinha chuva e daquelas pesadas, com direito a ventanias! E lá se espalhava todo o lixo pela rua, caíam sobre o bueiro que parecia dizer:

- Aqui não, sai daqui lixo, estou cheio de você!

Antes que alagasse tudo, atravessei a rua apressado e a chuva começou bem forte, estava em frente ao hospital, onde abriguei, pois como estava adiantado, podia esperar a chuva passar. Ali, veio-me um pensamento: - Para onde iria o lixo hospitalar?

Casos e mais casos nos noticiários nas televisões... A realidade, que mostrava todos os tipos de lixos sendo descartados num ambiente só, sem cuidado algum.

A chuva não diminuía e ali eu refletia o quanto o ambiente era importante.  Nas mudanças, que poderiam acontecer. Eu estava entre a minoria das pessoas que tinham esse pensamento, pois a outra grande parte da sociedade não se importava.

- Está com frio meu jovem?  

Uma simpática senhora puxava assunto.

- Um pouco...

 Respondi pensativo.

- Sabe... Antigamente não imaginávamos que o futuro seria tão tecnológico e moderno. Nossas televisões, por exemplo, eram volumosas e grandes, não havia controle, as opções de canais eram poucas, pois nenhuma funcionava por falta de sinal e as imagens eram pretas e brancas.

Contava a idosa.

- É mesmo, hoje tudo mudou: é HD, 2D, 3D, cada vez melhor...

- Eu disse.

- 3 o quê?

Questionou ela.

- 3D, três dimensões, significa que se colocarmos um óculos com determinadas lentes, as imagens se tornarão reais, como se estivéssemos dentro de uma cena de um filme, por exemplo. Expliquei.

- Ahhh, entendi! - Nesse momento a senhora se levantava do banco com uma certa dificuldade para andar e dirigia-se à lixeira que estava longe de onde estávamos para jogar um pequeno saquinho de biscoito.

Perguntei-lhe:

- A senhora saiu na chuva só pra jogar o seu lixo?

Respondeu ela calmamente:

- Sim meu jovenzinho, na minha época aprendemos o 3R

- 3 o quê??Eu não havia entendido.

- É muito simples e muito mais importante que o 3D. O 3R era da nossa geração, Há muito tempo atrás, ainda muito pequena, aprendi ter respeito ao meio ambiente, com o espaço que vivo e, que independente da atitude dos demais devo fazer. Aprendi nunca mais esqueci o 3R que significa: Reciclar, Reutilizar e Restaurar. Se em tudo que fizermos tivermos o capricho de aproveitar ao máximo, de pensar no destino dos lixos, num mundo melhor, aí sim teremos um planeta para chamar de nossa “terra”.

- Que legal! Posso dizer que foi a melhor lição que recebi! Se eu não mudar nas pequenas atitudes, como vou mudar o restante?

- Garoto, não se esqueça: o futuro é construído com as ações do presente! Até logo!
        

Aquela chuva forte havia passado, saí da cobertura com o pensamento mais leve. Pronto para mudar o meio em que eu vivia, não importava mais o que os outros me dissessem. Estava na hora de mudar as minhas atitudes, pois nunca poderei cobrar do meu próximo se estiver errado.

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