GERAÇÕES 3R ... 3D
Andressa Ap. Gouveia
Costa
Denilton de Oliveira
Miguel
Fernanda S. C. Campos
Jefferson Pereira de
Melo
Monique Menegasso
Monteiro
- Trim... Trim... Trimmmm!!
Era o
barulho do despertador, que mais uma vez me acordava para viver uma nova página
e um novo dia na minha vida.
Minha mãe
já gritava:
- Henriqueeee! Levanta dessa cama, já
menino!!!
Com muito
sono, respondi:
- Já estou
indo mãe, bom dia pra senhora também!
Era uma
manhã ensolarada e linda, iluminada pelos raios do sol, perfeita para jogar
futebol na quadra com os amigos, mas como todos os dias, a minha missão era ir
à escola.
Saí da
cama lentamente, sem ânimo e disposição; tomei um banho demorado, um café da
manhã reforçado, escovei meus dentes e finalmente e estava pronto. Como de
costume, meus colegas Débora e Davi iam comigo à escola, porém por devidos
descuidos da saúde, Davi estava doente e Débora só iria mais tarde com seu
pai...
Droga!!
Sem alguém para conversar, a caminhada será entediante, mas logo me lembrei de
um amigo inseparável... meu celular! Em um mundo tão globalizado e tecnológico,
passamos a maior parte do tempo com nosso aparelho celular do que se
relacionando, convivendo com a sociedade e nem se quer percebemos essa
alteração social. E sem me tocar, ali estava eu vidrado no meu ''superamigo''
quando de repente...
-
BBBBIIIIIIIIIBIIIIIIIIII !!!!!!
Assustei,
parei e olhei, foi quando vi, um motorista que havia atirado uma sacola com
resto de lixo pela janela de seu carro, a sacola se abriu, e o lixo acertou um
motociclista, que vinha logo atrás. Por pouco não o acertou em cheio, mas o
susto foi grande. Poderia ter acontecido algo mais grave, além do motorista
quase causar um acidente, estava também poluindo o ambiente.
Vendo essa
cena, lembrei-me das muitas vezes que joguei lixo nas ruas, quantas mil vezes
joguei o lixo pela janela do carro e nunca havia parado para pensar que uma
pequena ação como essa poderia causar um grande estrago.
A bagunça toda no trânsito havia passado,
continuei caminhando, mas não conseguia mais usar o celular: curtidas,
compartilhadas e conversas...
Comecei a
refletir e observar a riqueza que a natureza me proporcionava, o que havia
naquele espaço urbano, pelo qual eu sempre passava, inúmeras vezes pelo mesmo
caminho sem nada perceber.
Avistei um
pouco à minha frente, garotos da minha idade, que divertiam-se enquanto comiam
seus lanches, e em seguida jogavam embalagens e restos de lanches no chão,
papéis de balas e garrafas pet...
Uma
lixeira próxima a eles parecia que gritava:
- Eeeiii
jovens, estou aqui, podem jogar em mim!
E mesmo
assim os meninos não se importavam com a sujeira, afinal não olhavam com um
olhar de observador, de alguém que se importava como “eu”. A partir daquele
momento percebi que eu estava estranho, em tudo eu me preocupava com o meio
ambiente, o que estava acontecendo comigo?
Acelerei o
passo, cansei das sujeiras, fingi que não era comigo mas infelizmente na
calçada avistei dois computadores quebrados e, por sinal, no indevido lugar,
questionei-me então:
- Qual o
destino pra todo este lixo?
Olhei pro
meu celular que muito em breve gostaria de trocá-lo por um mais moderno e então
percebi:
- Pra
quê??? Ele ainda é muito útil para mim, não havia necessidade nenhuma... era
mais lixo...
Estava com
pensamentos e preocupações que nunca vieram na minha cabeça. Há ações que geram
reações, muitas vezes prejudicando o ambiente e a nós mesmos.
Ainda era muito cedo, mas o dia já começava, pessoas e carros em circulação o tempo todo nas ruas, imaginei quantos milhões de pessoas poderiam evitar de prejudicar o meio, produzir menos lixo e quando produzi-lo dar-lhe o destino correto.
Ainda era muito cedo, mas o dia já começava, pessoas e carros em circulação o tempo todo nas ruas, imaginei quantos milhões de pessoas poderiam evitar de prejudicar o meio, produzir menos lixo e quando produzi-lo dar-lhe o destino correto.
O tempo
fechava-se. Vinha chuva e daquelas pesadas, com direito a ventanias! E lá se
espalhava todo o lixo pela rua, caíam sobre o bueiro que parecia dizer:
- Aqui
não, sai daqui lixo, estou cheio de você!
Antes que
alagasse tudo, atravessei a rua apressado e a chuva começou bem forte, estava
em frente ao hospital, onde abriguei, pois como estava adiantado, podia esperar
a chuva passar. Ali, veio-me um pensamento: - Para onde iria o lixo hospitalar?
Casos e mais
casos nos noticiários nas televisões... A realidade, que mostrava todos os
tipos de lixos sendo descartados num ambiente só, sem cuidado algum.
A chuva
não diminuía e ali eu refletia o quanto o ambiente era importante. Nas mudanças, que poderiam acontecer. Eu
estava entre a minoria das pessoas que tinham esse pensamento, pois a outra
grande parte da sociedade não se importava.
- Está com
frio meu jovem?
Uma
simpática senhora puxava assunto.
- Um
pouco...
Respondi pensativo.
- Sabe...
Antigamente não imaginávamos que o futuro seria tão tecnológico e moderno.
Nossas televisões, por exemplo, eram volumosas e grandes, não havia controle,
as opções de canais eram poucas, pois nenhuma funcionava por falta de sinal e
as imagens eram pretas e brancas.
Contava a
idosa.
- É mesmo,
hoje tudo mudou: é HD, 2D, 3D, cada vez melhor...
- Eu
disse.
- 3 o quê?
Questionou
ela.
- 3D, três
dimensões, significa que se colocarmos um óculos com determinadas lentes, as
imagens se tornarão reais, como se estivéssemos dentro de uma cena de um filme,
por exemplo. Expliquei.
- Ahhh,
entendi! - Nesse momento a senhora se levantava do banco com uma certa
dificuldade para andar e dirigia-se à lixeira que estava longe de onde
estávamos para jogar um pequeno saquinho de biscoito.
Perguntei-lhe:
- A
senhora saiu na chuva só pra jogar o seu lixo?
Respondeu
ela calmamente:
- Sim meu
jovenzinho, na minha época aprendemos o 3R
- 3 o
quê??Eu não havia entendido.
- É muito
simples e muito mais importante que o 3D. O 3R era da nossa geração, Há muito
tempo atrás, ainda muito pequena, aprendi ter respeito ao meio ambiente, com o
espaço que vivo e, que independente da atitude dos demais devo fazer. Aprendi
nunca mais esqueci o 3R que significa: Reciclar, Reutilizar e Restaurar. Se em
tudo que fizermos tivermos o capricho de aproveitar ao máximo, de pensar no
destino dos lixos, num mundo melhor, aí sim teremos um planeta para chamar de
nossa “terra”.
- Que
legal! Posso dizer que foi a melhor lição que recebi! Se eu não mudar nas
pequenas atitudes, como vou mudar o restante?
- Garoto,
não se esqueça: o futuro é construído com as ações do presente! Até logo!
Aquela
chuva forte havia passado, saí da cobertura com o pensamento mais leve. Pronto
para mudar o meio em que eu vivia, não importava mais o que os outros me
dissessem. Estava na hora de mudar as minhas atitudes, pois nunca poderei
cobrar do meu próximo se estiver errado.
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