IDEIAS GENIAIS
Giulia S.
Yamamoto
Ciências
Biológicas
UNIP
Jundiaí
Há mais ou menos 10 anos atrás, na
esquina de minha casa morava uma senhora de aparentemente 60 anos ou mais.
Quase todos os dias da semana ela saia pelas ruas recolhendo coisas como
latinhas, papelão, garrafas e coisas afins. Quando não encontrava, passava de
casa em casa recolhendo estas mesmas coisas. Na época, eu com meus 9 para 10
anos, não entendia muito bem o porquê de ela pegar aquelas coisas que, para
mim, não passavam de lixo
Um dia, ela tocou a campainha aqui de
casa perguntando se tínhamos alguma coisa que para ela poderia ser
“reaproveitável”, como latinhas, lacres, garrafas... E então minha mãe entregou
algumas garrafas pet que tínhamos deixado para jogar fora no dia seguinte.
Nisso, eu aproveitei e perguntei por quê e para quê ela recolhia aqueles lixos.
Ela então me respondeu que para muitos aquilo era lixo, sem valor, mas que nas
mãos certas poderia virar diversas coisas. Fiquei novamente sem entender e
deixei passar.
Dias
depois ela tocou novamente a campainha de casa, mas desta vez não era para
perguntar se tínhamos garrafas ou latinhas, mas sim para nos vender algumas
coisas. Quando reparei, ela estava vendendo uma bolsa toda feita de lacres de
latinhas, uns porta-treco feito de garrafas pet e potes de manteiga, entre
diversas outras coisas. Eu, no auge da minha curiosidade, perguntei novamente
como é que ela conseguia fazer aquelas coisas utilizando apenas lixo, mas dessa
vez ela não me respondeu. Apenas disse para ir visitá-la um dia que ela
mostrava como fazia.
Então, em uma tarde logo depois de
voltar da aula, fui até a casa da senhorinha, pois estava curiosa em saber como
é que ela fazia aquelas coisas. Quem me atendeu foi uma garota, neta dela, uns
2 anos mais velha que eu. Soube que era ela quem ajudava a avó na confecção
daqueles materiais. A menina me levou para o fundo da casa, numa garagem toda
fechada, cheia de coisas que a avó dela recolhia pelas ruas ou dos moradores. A
senhorinha estava lá trabalhando, fazendo alguma coisa utilizando uma garrafa
pet. Enquanto isso a neta dela foi me mostrando o local, os materiais, as
coisas que eram feitas com eles e até me ensinou a montar e a decorar uma
caixinha feita com papelão. Ela me contou que eu não era a primeira pessoa a
visitá-las, muitos dos moradores dali ficaram curiosos com o trabalho da avó e
iam para aprenderem a fazer algumas coisas ou apenas para matar a curiosidade.
Logo depois, a senhora me mostrou o trabalho dela pronto, um vasinho feito com
garrafa pet todo decorado e pintado. Confesso que fiquei surpresa com a
habilidade daquelas duas em transformar coisas insignificantes em arte.
Daquele dia em diante, sempre guardava as
garrafas, latinhas e caixas de produtos usados para poder entregar à senhorinha
para que ela as reutilizassem em suas obras. Vez ou outra passava em sua casa
depois das aulas para vê-la trabalhar ou para aprender a montar alguma coisa.
Até hoje, guardo comigo as coisas que a senhora e sua neta me ensinaram. E
realmente, coisas sem valor nas mãos certas, poderiam virar diversas coisas.
Inclusive arte.
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